Será isto aquilo a que se convencionou chamar "amor-ódio"?

Cenário: banca do Boticário no Fonte Nova

Motivo da visita: namorar um condicionador de cabelo e um rímel

Estava eu sossegada a encher as costas da mão com swatches de batons (que é aquilo que eu acabo sempre a fazer no Boticário, devo ter alguma esperança secreta de que surjam novas cores de repente) quando uma funcionária me quis apresentar os novos perfumes.

Deixem-me dizer-vos que não ligo muito a perfumes. Aqueles que tenho recebi para resenhar aqui no blog ou foram-me oferecidos; tenho também algumas amostras que vou usando com mais regularidade para as despachar. Não é que não goste de alguns mas é um produto que não puxa por mim, que não me entusiasma e do qual já não me lembro cinco minutos depois da aplicação. Entre comprar um perfume e outra coisa qualquer, muito provavelmente optarei por outra coisa qualquer. Aliás, acho que foi isso que me manteve afastada do Boticário durante tantos anos: associava-o apenas a perfumes e qualquer publicidade que fizessem passava-me ao lado.

Mas dizia: a funcionária quis apresentar-me os perfumes deste mês e os do mês passado. Começou por aquele que motivou este post. O perfume em questão chama-se Thaty Princess Midnight. Este tem tudo a jogar contra ele: a) o nome mais piroso de sempre, b) a imagem que mistura roxo com brilhantes com uma tiara, e c) o arquétipo da princesa dá-me a volta ao estômago. Escusado será dizer que estou longe de ser o público alvo do perfume, não é? A funcionária quis dar-mo a cheirar e, sei lá porquê, fui incapaz de dizer não. Eu nunca comprei um perfume com o meu dinheiro, a partir da terceira amostra deixo de os conseguir distinguir e a verdade é que nem numa primeira amostra consigo perceber que cheiros ali estão, logo dar-me a cheirar coisas é uma perda de tempo. Se já sou assim com qualquer perfume, muito mais seria com um que já me pôs um sorriso arrogante no rosto.

Bem, talvez tenha sido mesmo uma perda de tempo uma vez que não o comprei. Mas cheirei-o. E apaixonei-me. Sei que o olfacto é algo subjectivo mas para mim foi um dos melhores perfumes que já cheirei. "A que cheira?", perguntei. A funcionária disse-me mais ou menos o que vem no site: a família olfactiva é a floriental frutal (vamos todas fazer de conta que sabemos o que isto quer dizer, ok?), a saída tem mandarina, limão-siciliano, pêra e um mix de frutas silvestres, o corpo tem frésia, muguet, rosa, caramelo e flor de baunilha e o fundo tem madeiras cremosas, baunilha e musk. Tá. Se era capaz de reconhecer algum destes cheiros? Nem por sombras, só sei que cheira bem.

Custa 24,90€ e não faço ideia se isso é barato ou caro para um perfume. Só sei que estou dividida pois apesar de ter uma fragrância fabulosa não sei se quero que as outras pessoas saibam que uso uma coisa chamada Thaty Princess Midnight.